quarta-feira, 8 de abril de 2009

O FIM do Vestibular.



Especialista discute deficiências do Ensino Médio e propõe o fim do vestibular. Má formação dos professores e heterogeneidade de alunos provenientes de um Ensino Fundamental ineficiente. Essas são algumas das falhas do Ensino Médio freqüentemente apontadas nos debates sobre a educação no Brasil. No artigo Desencontros do Ensino Médio, disponível no site do projeto Reescrevendo a Educação – uma iniciativa das editoras Ática e Scipione com apoio da Fundação Victor Civita –, o economista Cláudio de Moura Castro retoma esses dois aspectos do antigo colegial, porém ressalta que a falta de clareza nos objetivos do 2º grau é a maior de suas deficiências. E ele indica qual poderia ser a grande solução: o fim dos vestibulares. Segundo Moura Castro, na ânsia de preparar os estudantes para o exame, as escolas despejam sobre eles uma carga de conhecimentos que é humanamente impossível de ser aproveitada em sua totalidade, resultando em uma superficialidade do aprendizado. Para ele, isso indica a escravização do Ensino Médio ao vestibular. “Os exames das (universidades) federais são difíceis e detalhados. Entram em minudências e cobrem uma enormidade de temas. O resultado é inevitável. A extensão do que se pede nos vestibulares migra para o que acontece nas salas de aula do Ensino Médio”. A solução, portanto, seria acabar com o vestibular. O articulista sugere que o ingresso no Ensino Superior ocorra por meio de um exame semelhante ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), no qual prevaleça a capacidade de análise e de síntese do aluno. Ele propõe ainda que o currículo do 2º grau seja totalmente reavaliado, levando-se em conta o que os estudantes podem de fato aprender, e não o que os professores gostariam que eles aprendessem. Para Cláudio de Moura Castro, o Médio é o grau mais confuso do ensino brasileiro por querer agregar, ao mesmo tempo, essa preparação para o Ensino Superior a uma formação profissional, dois objetivos muito díspares. “Ao Médio pede-se que formem cidadãos cultos e conscientes, pede-se que prepare os graduados para exercer ofícios ou para trabalhar sem qualquer formação adicional. E finalmente, pede-se que prepare para o ingresso no Ensino Superior. A existência inelutável desses objetivos conflitantes é universal”, diz o texto.

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